Seis Gerações

Seis Gerações

Incluída na demarcação de feitoria que se fez em 1757, segundo o modelo idealizado para o Douro vinhateiro pelo Marquês de Pombal, a Quinta do Espinho é hoje propriedade dos irmãos Joaquim e Alberto, da família Macedo Pinto de Tabuaço.

Desde pelo menos o século XVII que a família Macedo Pinto está associada à vitivinicultura do Douro e à produção de vinho de embarque, como se apelidavam os Vinhos do Porto.

Estendendo-se ao longo das margens do rio Távora, subindo da quinta até Tabuaço, sobre as quintas desta família dizia-se tratarem-se das melhores e mais extensas áreas de vinha de Portugal, poucas se lhe podendo comparar no estrangeiro (PINHO LEAL, Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873], tomo 9, págs. 466-475).

Especialmente acarinhado na memória da família é o Avô Vítor de Macedo Pinto. Nasceu em 1869, foi médico, proprietário e republicano destacado, tendo sido Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911, Presidente da Câmara dos Deputados e Ministro da Marinha. Foi um dos grandes defensores da causa do Douro, tendo assinado o Manifesto de Novembro de 1890 (no rescaldo do Ultimato Inglês), integrado o movimento dos paladinos do Douro, dinamizado o movimento regional de defesa da marca “Porto” e o primeiro a afirmar a necessidade de proceder à regulamentação do sector dos vinhos de mesa do Douro.

Step by step

Step by step

Foi há mais de 30 anos que se iniciou o projecto para a recuperação da Quinta do Espinho, na foz do Távora com a margem esquerda do Douro. A quinta entra agora na fase de afirmação do seu vinho, um vinho moderno mas que faz jus à melhor tradição do Douro.

Foi já em 1985 que um dos ramos da família Macedo Pinto de Tabuaço, resolveu pôr em prática um plano de recuperação da Quinta do Espinho. Nos mais de 30 anos que decorreram desde então, muito mudou, e para melhor: ao invés da quinta a monte, e dos mortórios que a filoxera deixou, a propriedade passou a possuir 20 hectares de vinha produtiva, organizada em parcelas monovarietais, com as melhores castas tradicionais do Douro.

Em paralelo com a qualidade da vinha, actualmente o dia-a-dia da quinta é pautado pelos princípios de uma gestão sustentável, pela manutenção de corredores de compensação ecológica e de aumento da biodiversidade, de áreas de pomar, hortas e orlas de mato.

Actualmente, todo o vinho da nossa quinta é vinificado na nossa própria adega (recuperada e restaurada à imagem da traça original do século XVIII), com recurso às mais modernas tecnologias do vinho, e com o rigoroso acompanhamento do nosso enólogo.

Porque este é um projecto para décadas, chegou o momento da nova geração abraçar e dar continuidade ao desafio de há 30 anos. Juntas, estas duas gerações confiam que o trabalho ao nível das uvas, terroir e práticas vitivinícolas já se reflecte em vinhos com a complexidade e riqueza do perfil característico do Douro, e que o fundamental e estratégico para o seu sucesso é potenciar sinergias com entidades externas e com outros produtores.

Este é o novo desafio!